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MORO CHANCELOU NEGOCIAÇÃO IRREGULAR DE BANCO COM ALBERTO YOUSSEF!!

Em mais um capítulo da vaza jato, o jornal El País em parceria com o Intercept Brasil, trouxe a tona que Força-tarefa arquivou em outubro inquérito que investigava conduta suspeita do banco Safra em empréstimo a doleiro. No centro da investigação, a disputa por um hotel abandonado na Bahia. 


Youssef volta a se dar bem em mais uma decisão de Sérgio Moro.


O empréstimo à GFD de Youssef foi concedido para quitar uma dívida de outra empresa controlada pelo doleiro, a Marsans Viagens, cliente do Safra desde 1994. O doleiro havia adquirido a operadora de turismo em 2012, em meio a uma crise financeira da operadora que resultou em uma dívida de cerca de 13,4 milhões de reais com o próprio banco. Embora não fosse formalmente sócio da GFD que, no papel, era de propriedade da offshore Devonshire Global Fund, controlado por um laranja, o doleiro disse, em depoimento aos procuradores, que foi pessoalmente ao Banco Safra em São Paulo, onde se reuniu com diretores da instituição. Youssef deu, então, como garantia do empréstimo o hotel em Porto Seguro, adquirido em um leilão em 2011, por 6 milhões reais. .

Em 2012 Youssef  foi preso e não teve como efetuar o pagamento do empréstimo, diante da inadimplência de Youssef após sua prisão, o Safra foi à Justiça pedir a posse do hotel. O banco alegou que a propriedade encontrava-se desocupada e “alvo de vandalismo, depredação e furto”. Na época, o assunto ganhou os jornais, que criticaram o abandono do imóvel cuja venda deveria servir para cobrir os prejuízos causados pela corrupção na Petrobras. Moro autorizou que o Safra tomasse posse imediata do “hotel do Youssef” para que adotasse “medidas de conservação do bem”. Ocorre que Moro chancelou uma transação que teve inicio na irregularidade, ou seja, Moro deu ares de legalidade a uma transação irregular e criminosa.

Os diálogos entre procuradores mostram que o caso não parece ter sido levado tão a sério pela Força Tarefa,  mesmo com os procuradores sabendo que a transação poderia ser considerada ilegal, isso por que Youssef era condenado no caso Banestado e potencialmente um cliente de alto risco.

Chat entre Deltan Dallagnol e Paulo Galvão - 24 de março de 2018

Dallagnol 19:33:29: Houve um banco que aceitou uma garantia imobiliária dada por Alberto Youssef, que estava na mesa de negociação, por meio de empresa em nome de laranja que ele controlava, e uma violação completa do sistema de compliance.
Paulo Galvão:21:32:23 TAC do Safra homologado 5013194- 91.2014.4.04.7000/PR 

Paulo Galvão 21:32:34 Consegue entrar no eproc? 
Paulo Galvão 21:33:32 719943.pdf <../719943.pdf> 
Paulo Galvão 21:33:32 719944.pdf <../719944.pdf> 




Paulo Galvão 21:33:32 é bem simples. não é uma leniência, mas um TAC para acabar com uma discussão judicial. talvez até o melhor nome fosse transação judicial, mas como tem cláusula para não propor nada cível, e tem cláusula de que o banco se comprometeu com compliance, preferimos chamar de TAC 

Para tentar entender a trama à qual estavam se referindo, o próprio Dallagnol descreve a negociação entre o Safra e Youssef. “Numa terceira situação, uma dada empresa X tinha dívida com um banco, que penhorou a marca X. Então apareceu um doleiro, representando uma empresa Y. Ele tinha antecedentes por crimes graves e seu nome não estava no contrato social da Y. Ele negociou com o banco a liberação da marca X, oferecendo uma garantia real da empresa Y. Não houve checagem sobre quem era o doleiro ou comunicação de operação suspeita, o que poderia ter antecipado a descoberta do grande esquema criminoso da Lava Jato”.

três dias depois, Galvão pediu a Dallagnol que consultasse o colega Januário Paludo, procurador que negociou o TAC com o Safra. Dallagnol enviou mensagem a Paludo no mesmo dia, com a mesma equação descrita na mensagem acima. E Paludo responde: “Isso mesmo. E o banco só liberou por que o youssef negociou pessoalmente. Ou seja: eles não só sabiam com uem negociavam, como também “alguém” disse que que era para fechar a operação sem comunicar o coaf”.

Chat entre Deltan Dallagnol e Januário Paludo - 30 de março de 2018

Dallagnol 16:46:52 Januário, PG sugeriu que eu falasse com Vc sobre o assunto abaixo: 

Dallagnol 16:46:52 PG, no termo do Safra não se diz que era o Youssef que estava na reunião com o banco, mas era, certo? Eles não reportaram a operação como suspeita pro COAF, certo? Veja por favor se a seguinte descrição está adequada please  

Dallagnol 16:46:52 c. Numa terceira situação, uma dada empresa X tinha dívida com um banco, que penhorou a marca X. Então apareceu um doleiro, representando uma empresa Y. Ele tinha antecedentes por crimes graves e seu nome não estava no contrato social da Y. Ele negociou com o banco a liberação da marca X, oferecendo uma garantia real da empresa Y. Não houve checagem sobre quem era o doleiro ou comunicação de operação suspeita, o que poderia ter antecipado a descoberta do grande esquema criminoso da Lava Jato.  

Januário Paludo 18:03:17 Isso mesmo. E o banco só liberou por que o youssef negociou pessoalmente. Ou seja: eles não só sabiam com uem negociavam, como também “alguém” disse que que era para fechar a operação sem comunicar o coaf

A discussão envolvendo o empréstimo e a posse do hotel se arrastou na Justiça por mais de um ano até que, em abril de 2016, o TAC foi fechado entre o Safra e o MPF.

Nada disso chegou a ser investigado pela Lava Jato. O banco também é citado no Chat Filhos do Januário 3, em 18 de outubro de 2018, quando os procuradores discutem formas de calcular a lavagem de dinheiro. O procurador Paulo Galvão comenta que no caso do Safra, a conta da movimentação apenas do lobista Adir Assad não seria possível de ser cobrada, pois era da casa de 2 bilhões de reais. O Banco J.Safra Sarasin, braço do grupo na Suíça, também está sob investigação. Reportagem de Jamil Chade, publicada no UOL, afirma que o Ministério Público da Suíça abriu processo em novembro de 2018 para investigar falhas nos controles internos do banco em relação a contas usadas por suspeitos da Lava Jato.

No final disso tudo o Juiz Sérgio Moro acabou ratificando e concluindo a transação irregular entre o banco Safra e o doleiro Alberto Youssef, é mais uma história que envolve dois grandes personagens da lava jato, a relação entre Sérgio Moro e Alberto Youssef ganha mais um desfecho onde o doleiro acaba se dando bem, isso não é estranho, sempre que Youssef cruzou o caminho de Moro ele saiu de alguma forma beneficiado.

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Texto: Adaptado por Pedro Oliveira e Ana Fernandes, usando como base o texto de Regiane Oliveira (El País), Marina Rossi(El País),Daniel Haidar(El País) e Rafael Neves (The Intercept Brasil) 
Edição: Ana Fernandes
Informações: El País e  The Intercept Brasil

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