Reportagem do Uol informa que duas assessoras repassaram parte de seus salários ao advogado de Flávio Bolsonaro.
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Imagem: Jornal o Globo. Boto Maia ao lado de Flávio Bolsonaro, advogado operou esquema de rachadinha para o então deputado estadual. |
Segundo a reportagem, duas assessoras repassaram um total
de R$ 27 mil, após seus salários e auxílio-alimentação caírem em suas contas
bancárias, ao advogado do atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) durante
o período da campanha eleitoral do ano de 2018.
As informações foram obtidas por meio da quebra de sigilo
bancário das funcionárias, a qual o UOL teve acesso com exclusividade, e
mostram que a prática de peculato no gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro) do então deputado estadual ia além dos depósitos realizados
na conta do policial militar Fabrício de Queiroz.
Ao todo foram 22 repasses realizados todos os meses entre
junho e dezembro de 2018, período que abrangeu as eleições, que o conduziram ao
senado.
Ainda de acordo com as informações da reportagem o
advogado Luis Gustavo Botto Maia, que era responsável pela parte jurídica da
candidatura de Flávio Bolsonaro recebeu depósitos regulares de Alessandra
Cristina Oliveira (15) e Valdenice Meliga (7), conforme os dados bancários
analisados pelo Uol.
As duas eram assessoras parlamentares de Flávio na Alerj
e, ao mesmo tempo, dirigentes do PSL, partido da família Bolsonaro naquele ano.
Alessandra depositava parte dos salários e do auxilio
alimentação em 25 de junho, por exemplo, ela depositou R$ 870 para Botto Maia, exatamente
metade do benefício de R$ 1.740. . Em 31 de julho, por exemplo, Alessandra recebeu
R$ 6.854,99 da Alerj. No mesmo dia, transferiu R$ 2.562,31 para Botto Maia pela
internet, com a observação "sal julh" (salário julho). E assim se
seguiu até dezembro de 2018, a confiança de que não seriam pegos eram tamanha,
que a assessora chegava a detalhar os motivos das transferências, "aux alim" (auxílio-alimentação) e "sal
julh" (salário julho), em agosto ela detalhou como "salário8"(salário
mês 8, agosto)
A medida que as investigações avançam e são reveladas
pela imprensa fica claro que o esquema de peculato[a tal rachadinha] era muito
maior e envolvia muito mais pessoas que simplesmente Fabrício Queiroz, tudo
leva a crer que a participação de Botto Maia é semelhante a do ex-assessor e
que não tem como o senador não saber o que acontecia em seu gabinete, afinal a frequência
de saques e depósitos coincide exatamente com as retiradas feitas por ele e
suas aquisições em dinheiro.
Texto: Pedro Oliveira com base na reportagem de Gabriela
Sá Pessoa, Amanda Rossi, Igor Mello e Flávio Costa do UOL
Edição: Ana Fernandes
Informações: Portal de notícias Uol
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