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MAINARDI NÃO FOI INVESTIGADO PORQUE TINHA INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS DA LAVA JATO.

O jornalista que se tornou em porta voz da Lava Jato, Diogo Mainardi, foi delatado em 13 de abril de 2017 no depoimento do ex-vice presidente da Odebrecht Henrique Valladares, o executivo revelou jantar suspeito entre o jornalista e o senador tucano. Diogo Mainardi, nunca foi investigado e Henrique Valladares foi encontrado morto em 17 de setembro de 2019.



Desde o inicio do escândalo da vaza jato, Diogo Mainardi, tem tomado a atitude de defender o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, no ano passado nosso blog levantou alguns motivos que poderiam levar o jornalista a atacar e desqualificar o The Intercept Brasil, na reportagem:  MAINARDI TEME QUE INTERCEPT REVELE O MOTIVO QUE LEVOU A LAVA JATO A NÃO INVESTIGA-LO. Hoje finalmente o Brasil sabe os motivos.

O site The Intercept Brasil divulgou na manhã de hoje, novos diálogos envolvendo o escândalo do Vaza Jato, dessa vez o site trouxe inúmeras informações envolvendo uma parceria ilegal entre a Lava Jato e o site Antagonista, acabando de vez a versão da lava jato de que não havia vazamentos seletivos. As conversas trazidas a tona pelo Intercept revelam que a Lava Jato, mantinha uma conveniência, privilegiava ao Antagonista em detrimento de outros veículos de comunicação.


A colaboração entre as partes eram tamanha e tão escandalosa que em dezembro de 2015, Após O Antagonista publicar quatro notas que colocavam empresas offshore no rol de suspeitos da Lava Jato e que eram inquéritos em andamento na Polícia Federal. Dallagnol resolveu então enviar uma mensagem para Diogo Mainardi, as  mensagens de Dallagnol pelo Telegram. Pedia que o site parasse de publicar notícias sobre offshores “em benefício do interesse social da investigação”. O procurador em troca, acenava com a promessa de informações exclusivas no futuro.

28 de dezembro de 2015 – Chat privado

Deltan Dallagnol – 13:56:48 – Oi Diogo, como vai? Antes de tudo, desejo um excelente fim e começo de ano a Vc e família. Parabéns pelos furos do duplex e da Mosack. O colega que atua nisso na nossa FT é o Januario Paludo. Ele me pediu para entrar em contato com Vc e lhe pedir, por um bem maior do resultado do caso e em benefício do interesse social da investigação, que suspenda informações sobre a Mosack, pois veremos em janeiro o que dá para fazer em relação a isso. Compreendemos o lado jornalístico da divulgação, e Januario lhe fornecerá, assim que possível, informações sobre esse assunto de modo prioritário se Vc puder segurar essas informações, como uma forma de agradecer sua contribuição com o caso. Segue o telefone dele. Fique à vontade para contatá-lo diretamente:
Dallagnol – 13:56:56 – [Imagem não encontrada]
Diogo Mainardi – 23:06:16 – Caro Dallagnol, como você sabe, só quero ajudar as investigações, por isso mesmo pedi ao meu pessoal para segurar todas as notícias sobre a Mossack.
Mainardi – 23:11:07 – Estou preocupado com o atraso na homologação da delação da Andrade Gutierrez. Publiquei que os executivos da empreiteira entregaram a campanha da Dilma e que o PGR preferiu ganhar tempo. Isso prejudica enormemente a Lava Jato
Dallagnol – 23:34:48 – Obrigado
Dallagnol – 23:38:00 – Acho que não é por aí. Também queremos que a PGR assine logo, porque a fila tem que andar (há outras pendências também), mas quanto aos fatos não há nada assim bombástico. Na PGR, como no STF, tudo demora. É o modo como o sistema funciona. Por isso que prerrogativa de foro é ruim. Atrasa o tempo da investigação
Mainardi – 23:50:04 – Me disseram claramente que Edinho Silva e Giles Azevedo pediram R$100 milhões para a campanha de 2014, por dentro e por fora. Isso é explosivo, sim.

29 de dezembro de 2015 – Chat privado

Diogo Mainardi – 13:54:16 – Caro Dallagnol, nosso excelente repórter, Claudio Dantas, telefonou para o Paludo e eles já se entenderam
Mainardi – 13:56:36 – Se vocês esclarecerem o caso do apartamento do Lula (e também de seu sítio) muitas questões serão resolvidas
Deltan Dallagnol – 14:31:12 –  [Emoji de positivo]
Dallagnol – 14:32:36 – Essa questão tem evoluido há um bom tempo, sob diferentes estratégias. Vamos ver aonde nos levará…

Cumprindo o acordo firmado com Dallagnol, O Antagonista não publicou nada a respeito da Mossack Fonseca até 26 de janeiro de 2016, quando estourou a 22ª fase da Lava Jato – que mirava justamente o escritório e o apartamento vizinho ao triplex de Lula. Foi nessa data que a censura pedida por Dallagnol, e acatada pelo site, deixou de existir.
A intimidade entre Dallagnol e Mainardi era tão grande que o jornalista tinha liberdade para dar palpites na investigação em novembro de 2015, ele sugeriu ao procurador que buscasse pelo nome de “uma certa Marcia Ferreira”, que dizia ser um elo entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, à época já condenado na Lava Jato, e gráficas sob suspeita de ligação com o partido

13 de novembro de 2015 – Chat privado Deltan Dallagnol e Diogo Mainardi 

Diogo Mainardi – 07:02:16 – Caro Dallagnol, em abril, denunciei a gráfica fantasma VTPB, que deve ser a mesma a que se referiu Vaccari na cadeia, segundo a delação de Fernando Baiano. Ontem uma pessoa me disse que o contato de Vaccari com as gráficas que emitiam notas frias era uma certa Marcia Ferreira. Não sei quem é e gostaria de saber. A Lava Jato já encontrou esse nome alguma vez?

14 de novembro de 2015 – Chat privado Deltan Dallagnol e Diogo Mainardi 

Deltan Dallagnol 14:16:17 “Vou checar”
Deltan Dallagnol 18:33:01  Pra nós é novidade
Deltan Dallagnol 18:33:02 Bom saber

logo após falar com Mainardi, Dallagnol imediatamente encaminha a mensagem de Mainardi para o também procurador Roberson Pozzobon, para saber se o nome de Marcia Ferreira já havia aparecido nas investigações. 

2 anos antes de morrer, executivo delatou Aécio Neves, Edison Lobão e Diogo Mainardi. 


14 de novembro de 2015 – Chat privado Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon

Deltan Dallagnol – 14:19:52 >[encaminhada] Caro Dallagnol, em abril, denunciei a gráfica fantasma VTPB, que deve ser a mesma a que se referiu Vaccari na cadeia, segundo a delação de Fernando Baiano. Ontem uma pessoa me disse que o contato de Vaccari com as gráficas que emitiam notas frias era uma certa Marcia Ferreira. Não sei quem é e gostaria de saber. A Lava Jato já encontrou esse nome alguma vez?
Deltan Dallagnol – 14:19:56 – Robito temos essa info?
Roberson Pozzobon – 16:12:24 – Nunca tinha ouvido falar Delta
Pozzobon – 16:12:28 – Boa linha

No dia seguinte, o jornalista seguiu a insistir que a Lava Jato se debruçasse sobre o caso:

15 de novembro de 2015 – Chat privado

Mainardi – 13:35:28 – A gráfica VTPB deveria ser investigada por vocês. Recebeu 22,9 milhões de reais da campanha de Dilma sem ter escritório nem funcionários. Conhecendo essa turma, o dinheiro deve ter sido retirado na boca do caixa, para realizar pagamentos por fora. Vou enviar o link de nossas reportagens para o seu e-mail. Bom domingo

16 de novembro de 2015 – Chat privado Deltan Dallagnol e Diogo Mainardi 

Deltan Dallagnol 19:16:17  “Não podemos infelizmente começar uma investigação do nada em um local diferente da gráfica, sem que algo da lava jato nos leve ao fato”

É muito grave o fato da Força tarefa da Lava jato realizar vazamentos seletivo, mas vale ressaltar que mais grave ainda é o coordenador de uma operação com a envergadura das investigações, a exposição midiática da lava jato e sua "importância" se dar ao trabalho de abrir investigação com base em informações sem qualquer elemento de culpa sobre pessoas indicadas por um jornalista, que sequer possuía provas contundentes, esse é o segundo caso que mostramos em nosso blog, do qual a lava jato se baseou em informações do site O Antagonista, mas jamais abriu investigação contra  Diogo Mainardi, mesmo que dois anos depois dos fatos aqui noticiados ele tenha sido delatado. Conforme pode ser visto no vídeo abaixo.



Para encurtar a conversa, todas essas revelações trazidas pelo The Intercept Brasil mostra a parcialidade com que os procuradores trataram a lava jato e como agem com total complacência  com aliados e se debruça sobre a vida daqueles que os  procuradores consideram inimigos. Diogo Mainardi não foi investigado por que se abrisse a boca e falasse que mantinha conversas com procuradores e indicava investigações desmoralizaria a já abalada credibilidade da força tarefa, é no mínimo vergonhoso, que aqueles que hoje criticam o The Intercept Brasil por revelar os porões da lava jato, não passem de cúmplices descarados da maior farsa juridica que esse país já teve o desprazer de presenciar.  

Texto: Pedro Oliveira, adaptando texto de Rafael Moro Martins, Rafael Neves, João Felipe Linhares, Glenn Greenwald
Edição: Ana Fernandes
Informações: The Intercept Brasi

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